Tribuna do Morcego, berço dos bat-livros do Brasil
No meio de tantos nomes e feitos – conhecidos ou por serem revelados –, é preciso deixar registrado a importante influência de uma publicação verde-amarela dedicada aos fatos e às curiosidades do universo Batman. Não se trata do Dicionário do Morcego, escrito por este colunista e lançado junto com Batman Begins. Trata-se da Tribuna do Morcego. Sem este belo fanzine, talvez não haveria o citado livro nem muitas outras iniciativas ousadas, tais como as desenvolvidas pelos sócios do Batbase.
É comum se descobrir em aficionados de diversas origens um elo comum com a Tribuna. Muitos foram influenciados, de alguma forma, pelo bat-zine produzido pelo fã-clube Ordem Filosófica do Homem-Morcego (OFHM), criado no Rio, no início dos anos 90. Outras publicações sempre citadas são o completíssimo
Fanzine HQ Dimensão e o Fanzine Bat-Zine Especial, além do e-zine Batman A Trajetória, concebido e mantido pelo polivalente Linc Nery.Conduzida pelo publicitário Jorge Ventura e pelo advogado Márcio Escoteiro, a Ordem produziu seis edições da Tribuna que chegaram às mãos de muitos interessados nos quadrinhos, filmes e seriados de Batman – do Brasil e até do exterior. Numa época bem diferente da atual, quando ainda não existiam comunidades na Internet e listas de discussão e nem mesmo as facilidades do e-mail, Jorge, Escoteiro e outros organizaram em 1992 uma atuante grupo de trabalho formado por bat-confrades e uma newsletter caprichada, com informações variadas. “O Tribuna do Morcego era espetacular, um verdadeiro manual para fãs”, comenta o carioca Linc Nery em seu site.
Em 1995, na véspera de lançamento do filme Batman Forever, a OFHM já tinha mais de 100 associados praticantes, que participam de eventos especiais, além de um intenso intercâmbio postal e eletrônico com gente de vários lugares. Montaram um site (www.quadrinhos.com.br/batman) que está sem atualização, mas que foi referência. No endereço na rede está parte do conteúdo da Tribuna On-Line. Em sua carta de princípios, a OFHM sugere que os interesses do fãs iam além do deleite cultural e da amizade, incluindo o estudo dos valores intangíveis de Batman.
As seis edições da Tribuna do Morcego, que fazem parte do acervo de muitos grupos, como o do Correio Gotham, vão desde o número zero (A noite agora vai ter ordem) até o cinco (Os vários Batmen), de 1996. São também considerados hoje clássicos, objetos disputados por bat-colecionadores, os exemplares das edições 1 (capa dedicada a Batman Forever), 2 (Vilões: melhor com eles, pior sem eles), 3 (especial sobre a série de TV Batman, de 1966) e 4 (uma variada revista comemorativa de Natal). A exemplo da Batman, a galera da Cidade Maravilhosa, arregaçou as mangas para viabilizar os três exemplares preto-e-branco e os demais coloridos, com capa de papel couché. A Batmania e os batmaníacos brasileiros continuam atentos e já têm até história pra contar.
AFINAL, BAT-FÃ DE VERDADE...
- Não confunde o sobrenome Aparo, do desenhista Jim, com Amparo
-
Sabe que Gotham se escreve com M e não N
-
Considera Batman mais do que um simples cartoon, um filme do momento ou
uma comédia da TV
-
Jamais pediu para Batman sair de um armário que nunca entrou
-
Diz vermelho quando perguntam sobre a cor do morcego na porta do
batmóvel de 66
-
Ouve o próprio Batman no vozeirão do dublador Márcio Seixas
-
Vibra quando o mascarado se revela mais útil que o Super-Homem em
muitos casos
-
Reconhece os significados das siglas GCPD, NML e BTAS
-
Sabe que a placa (licença) do Batmóvel pilotado por Adam West é
2F-3567, Gotham City 1966, BAT 1
-
Tem ou já ouviu falar da Tribuna do Morcego
Publicado originalmente em maio de 2005 no site da Batbase
Comentários