Eu nem ia comentar, mas seguidores pedem minha opinião sobre a polêmica envolvendo as declarações do brilhante roteirista escocês Grant Morrison sobre Batman. Como jornalista, sei que a imprensa investe nos títulos, nas frases e nos detalhes do texto para atrair o máximo de atenção e de repercussão. No caso da entrevista dada por Morrison à edição de abril da Playboy norte-americana os veículos de comunicação foram em cima dessas diretrizes dando mais peso à afirmação dele que Batman era "gay, muito gay". A infelicidade da abordagem é tão grande quanto das afirmações do entrevistado. Ele próprio contemporiza que o herói é, sim, hétero, mas parte de um "conceito gay". Acredito que nem a comunidade homossexual aceita esse tipo de argumento. Ou é ou não é. E o Morrison, que recebe salários da DC (editora dona do homem-morcego) há 20 anos para escrever sobre ele, sabe e afirma que o mais popular personagem de quadrinhos, com sete décadas de sucesso, não é, nunca foi e ...