Dupla caipira e dinâmica
O colecionador e blogueiro Sandro me alertou sobre a reportagem do Fantástico sobre duplas sertanejas com nomes engraçados. Lá está o Bátima, da dupla caipira e dinâmica Bátima & Robson. O morador de Brazlândia (DF) não é mais parceiro do Robson, virou Santiago, da dupla Stéfano e Santiago. Foi alvo de uma reportagem do Correio Braziliense alguns anos atrás pelo fato de ter sido BATizado com o nome Bátima. O pai registrou o nome inusitado do filho no cartório em homenagem ao seriado Batman, com Adam West. Sandro aponta até outro caso de gente da vida real com nome de herói da DC. Cool. Obrigado pelo toque, Sandro.
A reportagem "Batman do Sertão", de 2006 (se não me engano), é a seguinte: Nascido no município de Unaí (MG), e com 23 anos Bátima Fonseca da Rocha, é conhecido como o Batman do Sertão, ou melhor, Bátima! Foi idéia de seu pai dar ao filho o nome de um super-herói e de aportuguesar a grafia. “O ene não serve pra nada. Ninguém diz Batmannnn”, diz, reforçando a pronúncia do ene. Depois de convencer o escrivão de que não havia nada de errado com a escolha do nome de seu terceiro filho, ainda soletrou a grafia. “Tem que pôr acento”, avisou o escrivão. “Pode pôr”. Bátima concluiu o segundo grau, mas, por falta de opção melhor de emprego, ganha a vida como operário de trabalhos pesados. Quebra e conserta calçadas e meios-fios numa empresa que presta serviço à Novacap.
Seu apreço pelo próprio nome é tão grande quanto sua paciência para com as reações inevitáveis e diárias. Mas há um limite. Bátima é cantor sertanejo e, nessa condição, usa o nome artístico de Artur. “Ficava esquisito deixar Bátima. Ninguém ia levar a sério”. Artur e Ricardo é o nome da dupla, na qual o super-herói faz a segunda voz. Apresentam-se em festas nas redondezas de Brazlândia.
O super-herói de Brazlândia tem uma música-tema, privilégio de personagens de filmes e novelas. O irmão José Batista só apresenta o mano deste jeito: “Tam-nan-nan-nan-nan-nan-nan-nan-nan…, adivinhe o nome dele?” É resposta certa: “Batman??!” O cantador sertanejo abre o sorriso de dentes bem-alinhados e sente que está em casa.
Para o pai, Bátima é seu herói: “Está cheio de saúde, já foi meu parceiro de viola, já cantamos por aí tudo, tem emprego, uma beleza”, diz, de sorriso aberto. O filho também tem um herói. O pai. “Tudo o que ele disse que a gente teria, a gente tem”. Aos olhos dos mais ambiciosos, o tudo do peão que vive de trabalho braçal é muito pouco. Mas o anônimo herói de vida dura sabe viver. “Meu pai conseguiu uma chácara, planta arroz, feijão, milho. Está bom demais”. Bátima não voa, não tem batmóvel (somente um celular modestíssimo), não mora na batcaverna nem vive em Gotham City. Mas faz o melhor que pode com o pouco que tem.
A reportagem "Batman do Sertão", de 2006 (se não me engano), é a seguinte: Nascido no município de Unaí (MG), e com 23 anos Bátima Fonseca da Rocha, é conhecido como o Batman do Sertão, ou melhor, Bátima! Foi idéia de seu pai dar ao filho o nome de um super-herói e de aportuguesar a grafia. “O ene não serve pra nada. Ninguém diz Batmannnn”, diz, reforçando a pronúncia do ene. Depois de convencer o escrivão de que não havia nada de errado com a escolha do nome de seu terceiro filho, ainda soletrou a grafia. “Tem que pôr acento”, avisou o escrivão. “Pode pôr”. Bátima concluiu o segundo grau, mas, por falta de opção melhor de emprego, ganha a vida como operário de trabalhos pesados. Quebra e conserta calçadas e meios-fios numa empresa que presta serviço à Novacap.
Seu apreço pelo próprio nome é tão grande quanto sua paciência para com as reações inevitáveis e diárias. Mas há um limite. Bátima é cantor sertanejo e, nessa condição, usa o nome artístico de Artur. “Ficava esquisito deixar Bátima. Ninguém ia levar a sério”. Artur e Ricardo é o nome da dupla, na qual o super-herói faz a segunda voz. Apresentam-se em festas nas redondezas de Brazlândia.
O super-herói de Brazlândia tem uma música-tema, privilégio de personagens de filmes e novelas. O irmão José Batista só apresenta o mano deste jeito: “Tam-nan-nan-nan-nan-nan-nan-nan-nan…, adivinhe o nome dele?” É resposta certa: “Batman??!” O cantador sertanejo abre o sorriso de dentes bem-alinhados e sente que está em casa.
Para o pai, Bátima é seu herói: “Está cheio de saúde, já foi meu parceiro de viola, já cantamos por aí tudo, tem emprego, uma beleza”, diz, de sorriso aberto. O filho também tem um herói. O pai. “Tudo o que ele disse que a gente teria, a gente tem”. Aos olhos dos mais ambiciosos, o tudo do peão que vive de trabalho braçal é muito pouco. Mas o anônimo herói de vida dura sabe viver. “Meu pai conseguiu uma chácara, planta arroz, feijão, milho. Está bom demais”. Bátima não voa, não tem batmóvel (somente um celular modestíssimo), não mora na batcaverna nem vive em Gotham City. Mas faz o melhor que pode com o pouco que tem.
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