Resenha de Sock! Pow! Crash!
Estava devendo mais destaque para este livro nas minhas referências bibliográficas do blog. Dentro da meta de colocar meus bat-arquivos na web, reproduzo neste post a crítica que fiz para o Estado de Minas na época do lançamento da obra de Jorge Ventura que conta tudo sobre a antológica série Batman. Entre outras coisas, o fenômeno televisivo eternizou Adam West como Homem-Morcego. Isso é bem claro para fãs em todo o mundo, sobretudo os meus amigos argentinos do Batmania (www.batmania.com.ar).
Santa homenagem, Batman!
Fã carioca lança Sock! Pow! Crash!, mais completo guia sobre o seriado cômico da TV, para comemorar 40 anos de sucesso
Sílvio Ribas
Muito antes dos mega-lançamentos da franquia cinematográfica e do variado merchandising, a batmania nasceu de um inovador programa de TV, que se tornou um clássico, reverenciado por nostálgicos de todo o mundo. O homem-morcego colorido e barrigudo da série cômica Batman completou em maio uma trajetória de 40 anos, dentro e fora da televisão, e ainda vem ganhando homenagens. No Brasil, os fãs de ontem e hoje acabaram de ser brindados com o mais completo e luxuoso guia sobre as aventuras da dupla dinâmica estrelada por Adam West (Batman) e Burt Ward (Robin). Sock! Pow! Crash! (Opera Graphica, 320 páginas, R$ 74), do publicitário carioca Jorge Ventura, é mais do que uma referência importante. É um presente para os batmaníacos e os amantes da cultura pop em geral.
Primeira obra em português dedicada exclusivamente ao “Batman de 66” – como também é chamado pelos admiradores da produção de William Dozier – o livro de Ventura faz uma viagem aos anos psicodélicos e rebeldes para mostrar bastidores, curiosidades e as fichas técnicas com comentários de todo os 120 episódios de um dos mais famosos e ousados TV shows da história. Em tamanho de coffee book (21 x 28 cm) e capa dura, o livro também tem relatos sobre as fases de preparação e desmontagem da série satírica do super-herói da DC Comics, além de tratar da escolha do elenco e de uma rica simbologia que virou mania nos Estados Unidos, alastrou-se pelo planeta e tornou-se motivo de devoção e até peças de museus. Nada escapou ao olhar aficionado de Ventura, que também é poeta, ator e jornalista. Nem mesmo a polêmica sobre a sexualidade dos defensores da Justiça de Gotham City.
Sock! Pow! Crash!, como o próprio nome sugere, mergulha na criatividade do Batman contemporâneo da Beatlemania e de Bondmania (os outros dois Bs dos sixties), trazendo biografias de heróis e vilões (alguns atores célebres como Vincent Price e Burguess Meredith) e dezenas de notas sobre seu contexto histórico no Brasil e nos EUA. Do farto material sobre os tempos da chegada da minissaia e aspectos recentes da série, o autor conseguiu reunir em seu arquivo pessoal quase tudo relacionado ao tema. O fato de ter trabalhado como dublador, o colocou também em contato com o mundo das vozes que fizeram o seriado no Brasil. Há depoimentos exclusivos de Rodney Gomes, que dublou Robin, e do mineiro Márcio Seixas, dono do vozeirão do Batman dos desenhos animados mais novos.
Juntamente com o também batmaníaco Márcio Escoteiro, Jorge Ventura criou no Rio a Ordem Filosófica do Homem-Morcego (OFHM) que no inico dos anos 90 realizou eventos e editou o melhor fanzine da batmania brasileira, o Tribuna do Morcego, disputado até hoje por colecionadores. O expert e Soc! Pow! Crash! relaciona o trabalho de fãs brasileiros e estrangeiros, como o argentino Walter Armada (www.batmania.com.ar) e as influências de Batman na música, no cinema e até nas telenovelas do país. Ele convida ainda o leitor a rir de si próprio e do seriado, ao relembrar cada cena memorável assistida no mesmo bat-horário e mesmo bat-canal.
Adam West nunca trabalhou tanto em sua carreira quanto nos últimos anos, fazendo quase sempre o papel dele mesmo. O meta-ator, como cassifica Ventura, não pára de dublar personagens de desenhos do Cartoon Network e de fazer participações especiais em programas televisivos, na maioria das vezes representando... Adam West. Para muitos fãs, ele é o próprio Batman. Até o filme Batman (1989), de Tim Burton, ele pareceria sofrer com o estigma de ser o eterno cavaleiro mascarado da TV. Mas depois aproveitou do fato de fazer parte da história da televisão e de ter enriquecido o universo do maior ícone cultural surgido na revistas em quadrinhos, na primeira metade de 1939 sob o pincel de Bob Kane.
Com o batmóvel na garagem de sonhos de muitos garotos e a mulher-gato de Julie Newmar nas fantasias de adolescentes e marmanjos ou ainda embalados pela música-tema e pelas onomatopéias explodindo na tela, o antológico morcego da telinha é também objeto de estudos sérios. Com tudo isso nas páginas de Sock! Pow! Crash!, Robin diria algo como: Santo livro indispensável para a bat-bibliografia, Batman!
BAT-CURIOSIDADES
Robin exclamou 347 interjeições do tipo “bat-isso, bat-aquilo” em toda a série, incluindo o longa-metragem. A tradução brasileira fez muitas adaptações divertidas, como “santo fumacê!”, “santas algemas perníferas!”, “santa xaropada” e “santos parentes desaparecidos”.
Batman tirou nada menos de 26 bat-tralhas de seu Cinto de Utilidades durante a série e o longa-metragem, entre elas o bat-escudo e o bat-mata-moscas, além de um prosaico bat-espanador de pó.
Na série, Coringa foi encarnado pelo veterano latin lover Cesar Romero, que aceitou a maquiagem mas se recusou a raspar o bigode que ostentou por décadas em Hollywood, alegando ser sua marca registrada.
Um dos momentos mais aguardados nos episódios de Batman era quando a dupla dinâmica escalava um prédio e uma janela se abria, e ali surgia uma celebridade que fazia um diálogo rápido com os heróis. O comediante Jerry Lewis inaugurou a galeria dos ‘famosos da janela’.
Santa homenagem, Batman!
Fã carioca lança Sock! Pow! Crash!, mais completo guia sobre o seriado cômico da TV, para comemorar 40 anos de sucesso
Sílvio Ribas
Muito antes dos mega-lançamentos da franquia cinematográfica e do variado merchandising, a batmania nasceu de um inovador programa de TV, que se tornou um clássico, reverenciado por nostálgicos de todo o mundo. O homem-morcego colorido e barrigudo da série cômica Batman completou em maio uma trajetória de 40 anos, dentro e fora da televisão, e ainda vem ganhando homenagens. No Brasil, os fãs de ontem e hoje acabaram de ser brindados com o mais completo e luxuoso guia sobre as aventuras da dupla dinâmica estrelada por Adam West (Batman) e Burt Ward (Robin). Sock! Pow! Crash! (Opera Graphica, 320 páginas, R$ 74), do publicitário carioca Jorge Ventura, é mais do que uma referência importante. É um presente para os batmaníacos e os amantes da cultura pop em geral.
Primeira obra em português dedicada exclusivamente ao “Batman de 66” – como também é chamado pelos admiradores da produção de William Dozier – o livro de Ventura faz uma viagem aos anos psicodélicos e rebeldes para mostrar bastidores, curiosidades e as fichas técnicas com comentários de todo os 120 episódios de um dos mais famosos e ousados TV shows da história. Em tamanho de coffee book (21 x 28 cm) e capa dura, o livro também tem relatos sobre as fases de preparação e desmontagem da série satírica do super-herói da DC Comics, além de tratar da escolha do elenco e de uma rica simbologia que virou mania nos Estados Unidos, alastrou-se pelo planeta e tornou-se motivo de devoção e até peças de museus. Nada escapou ao olhar aficionado de Ventura, que também é poeta, ator e jornalista. Nem mesmo a polêmica sobre a sexualidade dos defensores da Justiça de Gotham City.
Sock! Pow! Crash!, como o próprio nome sugere, mergulha na criatividade do Batman contemporâneo da Beatlemania e de Bondmania (os outros dois Bs dos sixties), trazendo biografias de heróis e vilões (alguns atores célebres como Vincent Price e Burguess Meredith) e dezenas de notas sobre seu contexto histórico no Brasil e nos EUA. Do farto material sobre os tempos da chegada da minissaia e aspectos recentes da série, o autor conseguiu reunir em seu arquivo pessoal quase tudo relacionado ao tema. O fato de ter trabalhado como dublador, o colocou também em contato com o mundo das vozes que fizeram o seriado no Brasil. Há depoimentos exclusivos de Rodney Gomes, que dublou Robin, e do mineiro Márcio Seixas, dono do vozeirão do Batman dos desenhos animados mais novos.
Juntamente com o também batmaníaco Márcio Escoteiro, Jorge Ventura criou no Rio a Ordem Filosófica do Homem-Morcego (OFHM) que no inico dos anos 90 realizou eventos e editou o melhor fanzine da batmania brasileira, o Tribuna do Morcego, disputado até hoje por colecionadores. O expert e Soc! Pow! Crash! relaciona o trabalho de fãs brasileiros e estrangeiros, como o argentino Walter Armada (www.batmania.com.ar) e as influências de Batman na música, no cinema e até nas telenovelas do país. Ele convida ainda o leitor a rir de si próprio e do seriado, ao relembrar cada cena memorável assistida no mesmo bat-horário e mesmo bat-canal.
Adam West nunca trabalhou tanto em sua carreira quanto nos últimos anos, fazendo quase sempre o papel dele mesmo. O meta-ator, como cassifica Ventura, não pára de dublar personagens de desenhos do Cartoon Network e de fazer participações especiais em programas televisivos, na maioria das vezes representando... Adam West. Para muitos fãs, ele é o próprio Batman. Até o filme Batman (1989), de Tim Burton, ele pareceria sofrer com o estigma de ser o eterno cavaleiro mascarado da TV. Mas depois aproveitou do fato de fazer parte da história da televisão e de ter enriquecido o universo do maior ícone cultural surgido na revistas em quadrinhos, na primeira metade de 1939 sob o pincel de Bob Kane.
Com o batmóvel na garagem de sonhos de muitos garotos e a mulher-gato de Julie Newmar nas fantasias de adolescentes e marmanjos ou ainda embalados pela música-tema e pelas onomatopéias explodindo na tela, o antológico morcego da telinha é também objeto de estudos sérios. Com tudo isso nas páginas de Sock! Pow! Crash!, Robin diria algo como: Santo livro indispensável para a bat-bibliografia, Batman!
BAT-CURIOSIDADES
Robin exclamou 347 interjeições do tipo “bat-isso, bat-aquilo” em toda a série, incluindo o longa-metragem. A tradução brasileira fez muitas adaptações divertidas, como “santo fumacê!”, “santas algemas perníferas!”, “santa xaropada” e “santos parentes desaparecidos”.
Batman tirou nada menos de 26 bat-tralhas de seu Cinto de Utilidades durante a série e o longa-metragem, entre elas o bat-escudo e o bat-mata-moscas, além de um prosaico bat-espanador de pó.
Na série, Coringa foi encarnado pelo veterano latin lover Cesar Romero, que aceitou a maquiagem mas se recusou a raspar o bigode que ostentou por décadas em Hollywood, alegando ser sua marca registrada.
Um dos momentos mais aguardados nos episódios de Batman era quando a dupla dinâmica escalava um prédio e uma janela se abria, e ali surgia uma celebridade que fazia um diálogo rápido com os heróis. O comediante Jerry Lewis inaugurou a galeria dos ‘famosos da janela’.
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