Minha participação na 4ª edição do FIQ em Belo Horizonte (2005)


A convite da Prefeitura de Belo Horizonte, participei de uma das atrações da 4ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), realizado entre 5 e 9 de outubro de 2005, na capital mineira. Fui convidado como autor do Dicionário do Morcego (Flama), lançado naquele ano.

No sábado (8), integrei uma mesa-redonda bastante animada ao lado dos editores Rogério de Campos, da Conrad, e Douglas Quinta Reis, da Devir, com mediação do jornalista Sidney Gusman. O debate girou em torno dos rumos do mercado editorial e das narrativas gráficas contemporâneas.

Falei sobre meu personagem favorito — o Morcego —, destacando sua relevância para a cultura pop mundial e a sofisticação estética e narrativa das HQs clássicas. Rogério de Campos, contudo, manteve uma postura provocadora: aproveitou quase todas as oportunidades para ironizar os quadrinhos de super-heróis, afirmando não apreciar nem mesmo Frank Miller e considerando o gênero excessivamente preso a clichês.

Ele também defendeu que o caminho de sobrevivência para os autores brasileiros seria a livraria, tese que não pareceu entusiasmar o mediador. Douglas Quinta Reis, por sua vez, ponderou que as edições nacionais vendidas nesse circuito ainda enfrentam grandes limitações — tiragens médias de apenas dois a três mil exemplares e preços entre os mais baixos do mercado mundial.

Foi um encontro intenso, com divergências francas e, sobretudo, a confirmação de que o quadrinho brasileiro continua sendo um território de paixões, debates e resistência criativa.

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